Geralmente, tudo que é diferente ao que as pessoas estão acostumadas é, a princípio, rejeitado ou visto com negatividade. O presidente Makiguti dizia: “Não julgue o desconhecido.” É isso o que acontece com o budismo. Devido o Brasil ter sua cultura arraigada na tradição cristã, o budismo, desconhecido pela maioria, é visto com reservas e muitas pessoas pensam que, por não falar em Deus, conforme a concepção que têm, não é uma religião correta, muito menos deve ser seguida.
Outro fator que ajuda a complicar é que, por existir muitas ramificações do budismo, os não-budistas acreditam que todos os tipos de budismo são iguais. Normalmente, os meios de comunicação fazem essa confusão, como aconteceu recentemente com uma revista de circulação nacional. (continua...)
Algumas vezes, quando iniciamos um Chakubuku, de início somos questionados da seguinte forma: “Vocês acreditam em Deus?” Muitos de nós já viveram essa experiência, e por mais que tentemos explicar, a maioria das pessoas diz: “Mas eu não quero deixar o meu Deus!” Por isso, hoje, abordaremos esse ponto.
Inicialmente, é bom esclarecermos que Buda não é Deus. A palavra “buda” significa “o iluminado”. Ou seja, um Buda é aquele que se iluminou para a verdade da vida. “Ismo”, de budismo, é um sufixo que significa “doutrina, escola, teoria ou princípio artístico, filosófico, político ou religioso.” Cristianismo refere-se aos ensinos de Cristo e budismo, aos ensinos de Buda.
Segundo Bryan Wilson, uma das maiores autoridades em religião do Ocidente, o sentimento religioso surge para explicar o inexplicável — os fenômenos da natureza, que para as pessoas não têm uma explicação racional.
Assim, para o cristão, o “inexplicável”, ou os fenômenos do universo, é atribuído a Deus, que vive no céu e dita as regras da Terra. Ele criou todo o universo, o homem, o sol, a lua, as estrelas, as plantas, os animais etc. e possui imensa benevolência e compaixão pela humanidade. No entanto, as pessoas colocam Deus em dois extremos: por um lado Ele possui um amor incondicional para com as pessoas, por outro é um severo punidor e o sofrimento das pessoas é desígnio de Deus. Tanto é que todos conhecem as famosas frases: “Deus quis assim!”; “Esse é o destino que Deus me deu!” entre outros.
Nos ensinamentos budistas, os fenômenos são atribuídos a uma Lei que rege o universo. Essa Lei é denominada Nam-myoho-rengue-kyo.
Vamos abrir um parênteses aqui para explicar que Gohonzon também não é Deus. O Gohonzon é nosso objeto de devoção, diante do qual conseguimos concentrar nosso pensamento nessa Lei universal e fazer com que ela se manifeste profundamente em nossa vida.
Muitas vezes, por termos sido criados numa sociedade cristã em que aprendemos a atribuir tudo a Deus, acabamos nos expressando da seguinte forma: “Se o Gohonzon quiser!”, “Graças ao Gohonzon!”, “Vá com o Gohonzon!” e “Jogue nas mãos do Gohonzon”. Para nós, budistas, o ser humano possui um grande potencial por si só, pois ele faz parte do universo. Todas as suas conquistas estão arraigadas em sua determinação, esforço e sabedoria associados à fé na Lei Mística. Não existe alguém determinando sua condição de vida de felicidade ou sofrimento.
Segundo os ensinamentos budistas, tudo na vida é regido pela lei de causa e efeito existente no universo. Os sofrimentos e a felicidade existem na vida de cada pessoa e se manifestarão de acordo com a força positiva ou negativa que cada um carrega. Se a força negativa for mais poderosa — força essa criada pelas causas negativas acumuladas — a pessoa sofre. Do contrário, se a positiva for mais forte — gerada pelas causas positivas feitas pela própria pessoa —, ela é feliz. A Lei que rege o universo não é punitiva. Ela é justa, rigorosa e benevolente, pois cada pessoa colhe o que plantou.
O importante em cada religião é o respeito mútuo. Desconsiderar a existência de Deus para um cristão por sermos budistas é desrespeitar a pessoa e sua fé.
Na Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda escreveu: “Para criar uma era de paz é necessário e imprescindível o diálogo entre os religiosos... É preciso iniciar o diálogo entre budistas e cristãos, budistas e judeus, budistas e islamitas. Mesmo que as convicções religiosas sejam diferentes, creio que todos acalentam o ideal comum de paz e felicidade da humanidade... Eu penso que as religiões, em vez de guerrearem entre si, deveriam disputar a corrida para o bem... uma disputa entre as religiões no contexto do que estão fazendo para o bem da paz, para o bem da humanidade. É uma corrida humanitária... que conduz tanto a si como os outros para a felicidade. Isto pode ser disputado de várias formas. Por exemplo, na criação de excelentes valores humanos que contribuam para a paz do mundo ou na promoção de movimentos que proporcionem coragem e esperança para as pessoas.” (Vol. 5, págs. 87–88.)
Com base nesses pontos, vamos estudar o budismo para que possamos defender nossa fé convictamente, sem, no entanto, desrespeitar a fé dos outros.
Amei a explanação, muito elucidativa. Parabéns e obrigada!
ResponderExcluirMuito boa a explanação, irei utilizá-la como fonte na reunião da DUni, obrigada!!!
ResponderExcluirAcho que não precisava de toda essa explicação. Na verdade ela foi dada, para "enrolar" e não para responder. A resposta a essa pergunta "budista acredita é Deus" é apenas "sim" ou "não".
ResponderExcluirPor que é tão difícil responder simplesmente o "não" ???
concordo. Vejo que alguns companheiros budistas parecem ter receio de responder NÃO!!! Sou Budista da SGI e não acredito em Deus!!!
ExcluirNão há nenhum ponto a criticar perante esta excelente orientação. Além de esclarecer as convicções de um Budista, esta orientação deixa bem claro sobre as diferenças e o correto ensinamento exposto pelo Buda. Essa explicação esta de acordo com o que o ser humano precisa entender! Sensacional!!!
ExcluirComo você é ignorante Prominhas. Quanta revolta no coraçao, e falta de educaçao ...
ResponderExcluirMas afinal, eu li, li, li.. e ainda pergunto, o budismo de Nitiren Daishonin acredita em Deus ou não?
ResponderExcluirNÃO, O Budismo de Nitiren Daishonin NÃO acredita em Deus!!!
ResponderExcluirOs ensinamentos Budistas incita que a Lei que permeia o Universo é o NAM MYOHO RENGUE KYO, que também esta na vida de cada ser. Ela é correspondida de acordo com sua sonora recitação perante ao "Supremo Objeto de Respeito Fundamental (Devoção) - Gohonzon - que concentra a vida humana e Lei Mística! De acordo com a crença na humanidade, Deus é aquele que decide o futuro das pessoas, além de criador de todas as coisas. O Budismo reitera que o Daimoku (NAM MYOHO RENGUE KYO) é a força que concentra o Universo e que incorpora a vida humana. Ao ser recitado (Daimoku), o ser humano consegue elevar seu estado de vida, criando a causa suprema para a felicidade.
ResponderExcluirPessoas do budismo...Que tal estudar o espiritismo codificado por Allan Kardec? Aí ficaria completo.
ResponderExcluirNão crer em criador,eh achar que o nada e a sorte pode fazer algo.
Eustaquio o espiritismo não esta em questão.
ExcluirGostei da explicação, porém, não entendi muito bem....até onde sei, o budismo acredita em reencarnação e evolução....e que tudo já existia (nada foi criado)assim sendo, Deus não existe.
ResponderExcluirO ser humano vai evoluindo de vidas em vidas, depois, de repente esse mesmo indivíduo poderá reencarna em algum animal.
Como então, alguém que já evoluiu, foi regredir e reencarnar em algum animal irracional?
olá Bob Rastafari.
ResponderExcluirRespondendo suas perguntas simplificadamente.
Nem todos os seres humanos progridem alguns regridem mais isso depende de caso a caso.
A reencarnação é a idéia da existência de um espírito separado do corpo; com a morte do corpo esse mesmo espírito reassume uma outra forma material e segue evoluindo. O renascimento na concepção Budista não é a transmigração de um espírito, de uma identidade substancial, mas a continuidade de um processo, um fluxo do devir, no qual vidas sucessivas estão conectadas umas às outras através de causas e condições. Esse processo ou fluxo não ocorre apenas com a morte mas está presente constantemente nas nossas vidas. Nós estamos em constante mudança, com cada momento nas nossas vidas surgindo na dependência do momento anterior, que deixou de existir. É um pouco parecido com a correnteza de um rio, a correnteza fluindo continuamente sem cessar. Não é possível entrar no mesmo rio duas vezes.
Podemos ilustrar o renascimento com um símile, é como se a chama de uma vela fosse empregada para acender uma outra vela e nesse processo a primeira vela fosse apagada. A chama da segunda vela surgiu na dependência da primeira vela, ou seja, tem uma conexão com ela, mas a chama da segunda vela não é idêntica à primeira. Então, as duas chamas possuem uma ligação mas não são idênticas.
Bob Rastafari e demais.
ResponderExcluirNós Budistas de Nitirem Daishonim acreditamos em uma força superior.
mas nossa vida só depende da nossa fé e nossa pratica.
é algo mais pra sentir do que falar por isso o Budismo é tão complexo.
Quando as pessoas perguntam.
ResponderExcluirBUDISTA ACREDITAM EM DEUS. não é difícil responder, a dificuldade está na compreensão do outro que já está armado e preparado pra fazer um pré julgamento.
Budista não pede nada a Deus, nos oramos para que as coisas se transformem em nossa vida. "Deus'' não precisa de transformação nós precisamos.
BUDISTA ACREDITA EM DEUS ?
Não da mesma maneira que vcs, Deus bondoso e punidor? não.
Mas muçulmanos, judeus, católicos, evangélicos, Mormos, umbandas,espiritas, macumbeiros e etc... acreditam e mesmo assim vivem em conflito uns com os outros por que?
Alguém sabe me dizer?
Todos tem o mesmo Deus então por que tantos conflitos religiosos?
So pra constar, Budismo é uma filosofia de vida não é uma religião.
FILOSOFIA DE VIDA?
ExcluirO budismo não é só uma filosofia de vida como também é uma religião sim pois acredita em vida após a morte como reencarnação.
ExcluirQuanta bobagem. Budismo é sim religião principalmente o budismo de Nitiren Daishonin e presadopela SGI e seu presidente Daisaku Ikeda
ResponderExcluirMto bom!
ResponderExcluirNÓS BUDISTAS NÃO ACREDITAMOS EM DEUS
ResponderExcluirNÓS BUDISTAS NÃO ACREDITAMOS EM DEUS
ResponderExcluirApesar das discussões terem se aquecido, para mim foi muito esclarecedor. Afinal é conversando que aprendemos. E respeitando as opiniões alheias aprendemos muito mais. Obrigada a todos os comentaristas e ao blog.
ResponderExcluirEntão se explica meio e fim. E o começo de tudo, onde foi?
ResponderExcluirEntão se explica meio e fim. E o começo de tudo, onde foi?
ResponderExcluirvaral onde é o começo de Deus? Deus tem começo e fim? se Deus não tem começo e nem fim por que as outras coisas tem q ter? tudo sempre existe talvez não nesse estado, não deste modo q está mas SEMPRE existiu
ResponderExcluirEu meio que entendi, budistas acreditam em "Deus" de uma outra maneira, correto?? Seus seguimentos são baseados em modo de vida, buscando paz, harmonia..... Isso é muito importante, estou conhecendo mais sobre,e há tempo atras era preconceituoso em relação, porem sem conhecer. Nasci em lar cristão, e tento ao máximo seguir o que Jesus pregou(Para mim ele é o cara), acho muito valido os ensinamentos bíblicos, mais tmb acho muito importante conhecer outras crenças e culturas e modos de vidas como aqui dito.
ResponderExcluirGostei muito do que a Raquel Batista Santana disse em relação a outras religiões que criticam o Budismo, e vivem em guerra entre si pregando o mesmo "Deus" . Onde há Paz,tranquilidade,amor vale a pena!!!